Associar a reforma deste loft à ideia de desconstrução, é bastante adequado. O foco principal era de investigar a fundo o espaço existente para aprimorar suas potencialidades e, na medida do possível, contornar suas deficiências que nesse caso eram uma rígida separação por ambientes e uma integração praticamente ausente entre eles.
O apartamento tem uma vista maravilhosa para o Porto Trapiche na Baía de Todos os Santos em Salvador mas contava com apenas uma única entrada de luz e ventilação. A base da intervenção feita pelo arquiteto Sidney Quintela foi lidar com essa contradição.

Poucos móveis para liberar espaço de circulação e visualização da paisagem

Sofá revestido de camurça, da Básica Home, Salvador
O ponto de partida foi a retirada das paredes internas; esta que não era uma questão meramente estética e sim uma necessidade real. O maior desafio era dotar os ambientes de melhores condições de luminosidade. Menos alvenaria e maior leveza e transparência eram as metas dessa reforma.
Quintela eliminou as divisões internas. A cozinha, por exemplo, foi integrada à área de refeições, o que representou um bem-vindo aumento da área social do apartamento. Da configuração original, apenas o sanitário de serviço foi preservado da integração. Além, claro, das dependências do proprietário.

Tanto da sala de jantar quanto da cozinha é plena a visualização do home theater

Na sala de jantar, mesa desenhada por Jader Almeida e cadeiras do Estudio Bola
O arquiteto optou por empregar venezianas de madeira como divisórias. Mas isso, apenas entre ambientes onde a privacidade era necessária e ainda assim, de forma não definitiva. Quando abertas as venezianas permitem a passagem de luz e ventilação. Quando fechadas, elas proporcionam o nível de vedação ideal.

As venezianas de madeira permitem total isolamento ou semi transparência entre os ambientes

Galeria de quadros no corredor interno
Após definidas as condições pessoais, a escolha dos revestimentos teve por base a exigência do proprietário com a facilidade na manutenção, utilizando materiais duráveis e mais fáceis de limpar.
A madeira foi usada na maioria dos móveis para aquecer a ambientação e o porcelanato imitando cimento queimado para criar um “ar” rústico. Essa combinação do “quente” com o “frio” fica linda.
Nas áreas molhadas, pastilhas brancas recobrem as paredes, acentuando a luminosidade.

Banheiro revestido em pastilhas
Apesar de não parecer, o apartamento é pequeno, por isso, a decoração evitou móveis e ornamentos em excesso. O bacana deste novo layout é ele que deixou a impressão do apartamento ser muito maior do que realmente é! A arquitetura faz milagre!
ZAGDICAS
- A mistura de materiais nos revestimentos e móveis é uma ótima ideia mas sempre é preciso tomar cuidado para não ficar over.
- Eliminar paredes em excesso é sempre uma boa ideia para espaços muito pequenos.
- Cores e materiais neutros também contribuem para ampliar áreas menores.